A decoradora dos hotéis da coleção Casa Hotéis, Marlene Peccin, aposta que nesse momento que estamos #emcasacomvocê mudar a casa pode ser uma excelente saída para trazer novas inspirações, trabalhar a criatividade e executar o que vínhamos protelando há algum tempo. Vale tudo: desde trocar aquela lâmpada queimada, mudar os móveis de posição, até pintar aquele cômodo que precisa de um upgrade!
Para deixar aflorar seu lado decorador, batemos um papo com a Marlene, que deixa os empreendimentos do Casa Hotéis ainda mais aconchegantes, acolhedores e com identidades únicas.
1- A decoração de uma casa mostra muito da personalidade de seus moradores. Como você identifica a personalidade dos hotéis da coleção Casa Hotéis?
Marlene Peccin: Cada hotel tem sua própria personalidade, mas todos trazem a mesma essência. Foram concebidos pensando em como o hóspede se sentiria acolhido como se estivesse em sua própria casa. O Casa da Montanha remete às casas de montanha da Europa, que trazem muita madeira e tecidos com tons quentes, uma grande lareira na sala principal e muitos detalhes na decoração. Vários objetos remetem à caça, estilo de vida clássico de montanha, de lugares frios, que permeou pela cultura de muitas gerações. Hoje a caça não é vista da mesma forma, mas sempre foi um estilo de vida e ainda é muito praticada. Desde que controlada, ajuda na preservação de várias espécies, e proporcionam receitas incríveis há vários séculos. O nosso Parador, em Cambará do Sul, também traz o estilo rústico de montanha, mas valoriza mais a natureza com a arquitetura totalmente integrada ao ambiente. As cores, os elementos naturais, tudo parece estar camuflado em meio à paisagem, sempre trazendo aconchego em seus ambientes. O Petit, que sempre foi trabalhado como uma extensão menor do Casa da Montanha, traz alguns detalhes de casa da vó, com toques provençais e elementos coloridos, deixando o ambiente mais leve. E por fim o Wood, um lugar que respira design e traz a arte de vários formas, sempre com muita valorização da madeira, elemento principal e que ganha destaque com tons terrosos e está presente em todo o projeto arquitetônico, seja de forma natural ou representativa, por meio de tecidos e estampas desenhadas exclusivamente para o hotel.
2- Uma das tarefas mais desafiadoras de um decorador é captar as expectativas dos moradores da casa, bem como de seus gostos particulares. Existe alguma “regrinha de ouro” que pode minimizar esse desafio no desenvolvimento de um projeto de design de interiores?
Marlene: A ansiedade do cliente é visível já no primeiro encontro. Acredito que o segredo seja captar o estilo de cada pessoa e deixar o cliente expor suas ideias, procurando um equilíbrio naquilo que ele deseja, sem interferir no que o profissional entende ser o melhor para o projeto. O importante é a que a expectativa de ambos seja atingida. Procuro sempre deixá-los falar à vontade e, a cada encontro, buscar uma intimidade para entendê-los e deixá-los felizes com o resultado final.
3- Em cada um dos hotéis do Casa Hotéis podemos identificar características próprias, únicas, mas sempre com uma conexão entre eles. Qual é o fio condutor dos projetos de interiores dos hotéis da coleção?
Marlene: A experiência! Apesar dos estilos serem diferentes, todos os quatro hotéis – Casa da Montanha, Parador, Petit Casa da Montanha e Wood – valorizam a experiência do hóspede. O conforto, detalhes bem cuidados e o bem receber contribuem para que essa experiência seja forte e marcante.
4- Como deixar a nossa casa com o jeitinho do hotel que a gente mais gosta?
Marlene: Quando nos hospedamos num hotel em que nos sentimos de alguma forma em nossa casa, normalmente aquele momento passa a ficar na nossa memória para sempre. Essa vibração é importante para que quem se hospede queira voltar sempre. Algumas coisas fazem esse papel, o de memória efetiva. Uma delas é o aroma, uma característica marcante nos nossos hotéis. Então por que não adotar um cheiro de sua preferência para identificar a sua casa? Procure algo que te conforte e espalhe difusores pelos ambientes. Afinal, como dizem, “viajar é bom, mas a sensação de chegar em casa é melhor ainda”.
Talvez por isso nossas essências sejam os produtos mais vendidos para os clientes, muitos se sentem tão bem nos nossos hotéis que querem ter o mesmo cheiro em casa. Outra dica, que costumo usar nos meus projetos, é usar um objeto ou tecidos semelhantes numa colcha, almofada ou cortina, para deixar a casa com aquele aconchego de hotel, onde tudo foi pensado nos mínimos detalhes para combinar.
5- Em tempos de quarentena, por onde você recomendaria começar para aqueles que querem aproveitar o tempo em casa para renovar algum ambiente?
Marlene: Primeiro eu faria um “desapego” de coisas inúteis aos tempos atuais. Esta limpeza, além de fazer bem à alma, faz com que consigamos visualizar melhor os espaços, dando oportunidade de mudar objetos, trocar móveis de lugar, tirar aquele tapete surradinho que está ali só acumulando pó. Pintar uma parede, você mesmo, com uma cor vibrante e tinta inodora, é outro exercício que vale a pena. Enfim, pequenas coisas que não necessitem investimento e a contratação de profissionais, evitando que outras pessoas entrem em seus espaços domésticos neste período. O "faça você mesmo" seria o melhor neste momento. Existem ótimos tutoriais na internet. O simples fato de mudar móveis e objetos e se desfazer de inutilidades domésticas já seriam ótimos para dar uma cara nova aos ambientes, respeitando o que momento nos permite.
